sexta-feira, 6 de abril de 2018

O singelo som do coração


O vento sopra, leva e traz mudanças, quase todas sentidas como uma espécie de alento. Brisa leve que torna a alma cheia de paz e esperança...

Tempos atrás rumei para o interior e tentei ali me encontrar. Rodei, dirigi, voei bem alto nas asas de um amor prometido e indelevelmente promissor. Saí de mim para mim mesma, achando mesmo que os quilômetros iriam me levar a outro lugar que não fosse à autofagia do meu ego.

Vivenciei experiências, observei a vida. Travei contato com energias empaticamente situadas no grandioso universo da palma da mão. Depois disso, um atropelo que me fez percorrer outo caminho, rumo, talvez, a mim mesma, mas por outra estrada.

Rodei de volta para casa, achando, novamente, que o retorno me impeliria ao status quo ante. Assim como nunca somos as mesmas, o rio também não corre intacto. Os banhos na caudalosidade dos vários rios pelos quais passamos em vida também nos brindam com a diversidade. 

Agora, tempos depois, volta o rio e voltam os banhistas. Configurações de uma mesma história, revisitada pelos banhos que não conseguem, ao final, tirar a poeira incrustada na alma...

Mesma máscara, talvez, quem sabe? São tantas histórias de projeção! Tantas miscelâneas de um espelho que se quebra e cola, sempre e sempre, lembrando que o outro é o caco eterno de nossas próprias mazelas. Identidade? Aversão? Projeção?

Talvez...

Afinal, o que encanta, depois, desencanta o mundo, faz com que desejemos nunca ter olhado para trás.

A estrada, porém, constrói-se para frente, no andar pausado de quem se caleja com a sombra forte da alteridade que em nós se espelha. Olhamos para as possibilidades infinitas que expandem nossos corações e nos fazem trazer à tona o pulsar do coração que se elastece a cada mordiscada...

Sim, coração, eixo central da criação!!! Órgão cujo tom de reverberação nos amedronta todas as vezes em que a taquicardia insiste em mostrar nossa vida em sua maior plenitude...

E quando nos damos conta, cá estamos a agradecer por mais e mais experiências, que nos apontam, lá na frente, a sincronicidade do Universo em nos avisar gentilmente que tudo quedado em retrospectiva foi acertado. Bom, correto. Justo.

Nada, enfim, é em vão.

A alegria advinda da calmaria com a qual a ressonância se equilibra é inesgotável.

Cumpre, então, a mim, apenas dizer: gratidão, gratidão, Gratidão!!!!

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