quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sheela na Gigs, a predominância vagínica pré-cristã

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Famosas figuras com vulvas proeminentes, as Sheela-na-Gigs têm explicações completamente dissonantes, desde a reminiscência dos cultos à Grande Deusa, que não é lá muito aceita numa academia obviamente patriarcal, que se articula em torno do dualismo, desenvolvida por Margaret Murray and Anne Ross, no ensaio titulado "The Divine Hag of the Pagan Celts"passando pelo culto à fertilidade, na expoência de Barbara Freitag, bem como advertência em relação à luxúria (Anthony Weir) e proteção contra o mal (Jorge Andersen).
Independentemente do sentido que se atribua à ela, prefiro dialogar com a expressão de deidade, vendo na expressiva vulva aberta o "engolimento" de todo o mundo, para, adentrando no desconhecido útero - para onde tudo vai, ao final, ou ao início - refletir sobre a "abertura", o desprendimento e, sobretudo, a doação da entranha da Deusa. Interessante que a figura não traz os seios fartos (como, por exemplo, a Venus de Willendorf), mas, antes, apenas o grande 'buraco' (que sequer é o útero em si mesmo, mas a vagina).
Esse diálogo pode apascentar minha compreensão de mundo em cima de uma perspectiva fálica, para resgatar o sentido de derrocada de uma hierarquia muito proeminente ao longo do passado histórico da humanidade pré-cristã romano-germânica indo-europeia.

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